Sensibilidade paterna

Deitei com a Nina para ver um desenho na tv. Ela ali, encolhida, com a cabecinha recostada no meu peito. Momento de plena satisfação paterna e eu acreditando que, afinal, é das pequenas coisas que se fazem a vida e tal e tal.

– Filha? – falei sem tirar os olhos da tv.

Ela só me olhou com o canto dos olhos, sorrindo.

– Papai ama muito você, viu?

– Tá bom!

Não satisfeito, tocado pelo momento, emendei.

– O papai gosta muito de ficar aqui brincando com você, sabia?

Ela me olhou de novo, sorriu, voltou os olhos pra tv e comentou:

– Tá, papai. Mas não chola, tá?

(Nina, 2 anos)

Compressa não!

A Elaine se machucou e estava em casa manhosa. A mãe observou o local da dor e viu que estava inchado.

– Ih, filha, vai ter que fazer compressa.
– Não, mamãe, com pressa não, devagar!

(Elaine)

Enviado pela Moacira.

Abstrata

– Eu não gosto dessas fotos em que eu saio assim, abstrata.
– Não seria estrábica, filha?
– …

Hora de nanar

Era noite, todos cansados, a família toda deitada na cama de casal, as luzes apagadas e uma fresta da janela aberta mostrava o céu escuro com as poucas estrelas que a cidade grande permite ver. A Nina, como sempre, estava deitada no “meínho” (como gosta de dizer) e, contrariando o desejo dos pais, teimava em não dormir. Depois da bronca derradeira, ela silenciou por um instante e tentou o último diálogo:

– Mamãe?
– O que é, Nina?
– Tá esculo?
– Tá…
– Tá noite?
– Tá…
– O céu já tá dumindo?!

Quem resiste?

(Nina, 2 anos)

Fimose

A mãe recebeu o diagnóstico do médico e foi conversar com o filho:

– Então filho, você vai precisar ir pro hospital e fazer uma cirurgiazinha de fimose.
– Fimose? O que que é isso, mãe?
– Isso que dizer que o seu pipi vai ficar igual ao do papai…
– Gigante!?!

(Pedro, 4 anos)

Tem coisas que só mãe entende (2)

Fomos ao mercado comprar algumas coisas e quando passamos pelos salgadinhos, eu disse:

– Caíque, qual desses você quer?
– Quéio o cagadinho velelo*.

Tecla SAP: “quero o salgadinho vermelho”

(Caíque, 3 anos)

Enviado por Daiane Cristina

Muito macho

“Nããão, pai! Eu não sou feminina, sou feminino!”

(Pedro, 7 anos)