Minha filha tem um amiguinho chamado Francisco, com quem ela sempre se encontra no parquinho do Jardim Botânico. Lá tem um lugarzinho com muita areia, dedicado às crianças bem pequenininhas. Um dia o Francisco, que já tem 7 anos, enterrou lá uma tartaruguinha de brinquedo, e deixou-a lá.
Na semana seguinte ele se lembrou da tartaruga e foi lá cavar para procurar. Cavou, cavou, cavou tanto que praticamente tomou para si todo o espaço da areia. Foi então que se aproximou um bebê ainda engatinhando e começou a jogar areia no imenso buraco que o Francisco fazia. Ele olhava para o bebê e não dizia nada. Ele cavava e o bebê jogava a areia de volta. Até que ele suspirou, olhou em volta e perguntou num tom impaciente, mas sem irritação:
– Quem é mãe desse bebê?
Uma moça, meio sem graça, respondeu à pergunta dele. E ele:
– A senhora podia avisar seu bebê que ele está atrapalhando o trabalho da ciência?
A mãe, já rindo, como todos nós, perguntou que trabalho era, e ele:
– Uma escavação arqueológica. Estou procurando os restos fossilizados de uma tartaruga pré-histórica! E seu bebê está me atrapalhando!
(Francisco, 7 anos)
Enviado pela Luciana Franco