Joel Santana

Manú passou as festas de final de ano em companhia de sua prima, Julia, que vive nos Estados Unidos. Embora fale muito bem o português, Julia normalmente apresenta as famosas trocas de concordâncias e mudanças no tempo verbal, do tipo: “eu quer, eu faz, Manuela pai, Manuela mãe”.
Percebi que Manuela passou a falar do mesmo modo que a Julia. Quando eu chamei sua atenção, me respondeu:
– Mas, mãe, é que eu quero falar em inglês.

 (Manuela, 3 anos)

Hora exata

Alana vai de van para escola e já estava quase no horário: – Mamãe, vamos. Já é meio dia meio dia! 
– Como? Ela respondeu:
– Ué, está 12:12. Então é meio dia meio dia.

(Alana, 6 anos)

Moradia

– Filho, você prefere casa ou apartamento?
– Prefiro hotel, papai. 

(Rocco, 4 anos)

“Eu fico com a pureza da resposta das crianças”

A visão otimista da vida que só as crianças têm… Hoje roubaram meu carro e eu contei para os meninos. Aí, o Gabriel comentou: 
– Acho que não roubaram, não, mamãe. Foi alguém que tinha o carro igual e levou sem querer.

(Gabriel, 5 anos)

Doutoras

Faço faculdade de medicina e, certa vez, recebemos visitas em casa que perguntaram à minha irmã se ela também gostaria de ser médica. Ela respondeu, toda orgulhosa: 
– Eu vou ser médica de bichos e minha irmã veterinária de gente.
(Deiglis, 4 anos)

Água

Passeando por Ilha Grande, aquela praia linda com um braço de rio, eis que o Natan diz: 
– Mãe, primeiro vou mergulhar na água salgada e depois na água doce. Assim eu fico agridoce.

(Natan, 8 anos)

O crime não compensa

Viajei na sexta e só voltei na segunda-feira. Quando revi minha irmã, ela correu para um abraço.

– André, que saudade.
– Sarinha, que abraço gostoso. Me conta, que foi que tu fez?
– Nada de errado.

(Sarah, 5 anos)

Moda

A Maria Giovanna vestiu uma meia que já estava velhinha, com o elástico esticado na borda. Eu falei:
– Troca essa meia. Já está feia.
– Não está, não. É meia boca de sino.
(Maria Giovanna, 7 anos)

Remediado está

– Mãe meu olho está coçando. Acho que eu estou com “congengivite”.

– Hum… E qual o remédio que tem prá isso?
– Sorvete.


(Manú, 5 anos)

Autenticidade

– Pois é, mãe, por isso que adulto não é feliz. Adulto finge demais as coisas. Se eu gosto, eu gosto. Se eu não gosto eu vou ter que fingir que gosto?!
(Gabriela, 7 anos)