Panela velha

Durante o jantar, o papai fala para a mamãe:
 – Hummm, esse macarrão está animal.
Eis que a Bia o repreende:
 – Papai, não pode falar animal, é palavrão.
E a mamãe:
 – Não, Bia, animal não é palavrão. Pode falar, sim.
 Bia fica pensativa, em silêncio e alguns minutos depois fala com empolgação:
– Hummm… esse macarrão tá animal pra car@*&#%*lho!!!

(Beatriz, 2 anos)

Beijo de mãe

A mamãe estava cozinhando quando o Arthur entrou na cozinha desesperado e gritando:
– Meu dedo! Meu dedo!
Sem entender o que tinha acontecido eu beijei o dedinho dele e o desespero passou imediatamente. Pensei um tanto orgulhosa: “Beijo de mãe cura tudo!”
Então perguntei:
– Filho, o que aconteceu com o seu dedinho?
– Meleca!

 (Arthur, 2 anos)

Não adianta chorar o leite…

Coloquei o leite para ferver mas não vi que subiu e estava derramando. Meu filho, desesperado, saiu gritando: 
– O leite tá fugindo! O leite tá fugindo, mamãe!

(João Pedro, 3 anos)

Petshop intergalático

– Mamãe, vamos naquele supermercado que é um cachorro e um planeta?
– Qual, filho?
– “Au Marte”, mãe.

(Pietro, 4 anos)

Judó…

O Vitor chegou na casa dos tios durante um evento de família todo empombado, com seu kimono aberto e uma medalha de bronze no peito. O tio viu o orgulho estampado na cara do menino e disse com ironia:
– Nossa, Vitor! Medalha de bronze, hein, cara! Parabéns! – e o Vitor se sentindo importante – Quantos competidores tinham? 3?
– Não! 4… Eu e o terceiro ganhamos medalha!

(Vitor, 7 anos)

Apareceu o passarinho

Pedro no banho:
– Mamãe, você sabia que eu tenho ovinhos?
– Eu sei filho.
– Mamãe, quando é que eles vão nascer?

 (Pedro 5 anos)

Revendo e aprendendo

– Mãe, posso assistir partos de bebê no YouTube?
– Para quê você quer assistir isso?
– Para saber como eu saí da sua barriga. Eu não me lembro…

(Ricardo 5 anos)

Agente literária

– O que você tá fazendo, pai?
– Estou escrevendo uma história.
– Pra quem?
– Para as pessoas.
– E pra mim?
– Também, filha.
– E é legal?
– Ah, não sei, acho que sim. Tomara.
– Você que tá inventando, pai! Você é que sabe se é legal ou não!
(Nina, 6 anos)

Quem me dera fossem monstros

– Mãe, eu tive um sonho ruim.

– É, filho? Pesadelo? Mas como foi, sonhou com monstros?
– Não, mãe, sonhei com meninas mesmo.
(Pedro, 5 anos)

Na flor da idade

– Tia, eu nasci em 2004 e você?
– Em 86.
– Mas ainda não chegou!

(Julia, 9 anos)