Sazon? Não…

– Mamãe, por que o seu cachorro quente é o melhor e mais gostoso do mundo?
– Porque eu faço com amor, meu filho!
– Ah é? Mas e como faz pra colocar ele lá dentro?

(Gahel, 7 anos)

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Isso bem que podia contagiar

O Augusto estava com catapora. Preocupado, o pai alertou:
– Augusto, não coce as bolinhas, pode machucar!
– Não, pai, não tô coçando… Tô fazendo carinho.
(Augusto, 2 anos)
Enviado pela Aline Morales

Delícia

– Rafa, queres bolo?
– Quero. Com leite cru, por favor.
(Rafael, 6 anos)
Enviado pela Daise Ribeiro Carpes

Festa surpresa

– Mãe, hoje é o meu aniversário, sabia?
– Claro que sim, minha filha!
E ela indignada:
– Como é que você sabe?!
(Carol, 5 anos)
Enviado pela Graziela Rodrigues

A prova d’água

A Isabella jogou o celular da mãe no chão e acabou indo ficar de castigo. Trinta segundos depois, a mãe olhou para ela e questionou:

– Isabella, você está chorando? Você fez besteira, não pode jogar o celular da mamãe no chão…
– Isabella não tá chorando.
– Ah… você não tá chorando? Então que é isso no seu olho?
– Maquiagem.
(Isabella, 2 anos)
Enviado pela Marcella Maciel

Nervosinha

– Mãe, minha garganta tá doendo!
– É que ela está irritada.
– Ela tá brava, mãe?

(Marianna, 5 anos)

Enviado pela Daniela Zanelatto

Orgulhosa

A família toda no carro, a Nina chama lá de trás:
– Mamãe?
– Oi, filha.
– Você tem orgulho do seu pai?
– Tenho, sim, Nina. Tenho muito orgulho do meu pai. E você?
– Eu também.
E o pai, que dirigia, sorriu todo cheio.
– Mamãe?
– Oi.
– O que é orgulho?

(Nina, 5 anos)

Fases de crianças

Antes que elas cresçam
Affonso Romano de Sant’Anna
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.
Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.
Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.
Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.
Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.
No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.
O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.
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Quer pagar quanto?

Estávamos numa livraria comprando um presente para a mamãe e eu resolvi checar o preço do livro num daqueles leitores de código de barras. Coloquei o livro, esperei e o preço apareceu na tela. Então, me dirigi à fila do caixa pra pagar. Quando olhei para trás, a Nina estava ali parada em frente ao equipamento passando a mãozinha pelo leitor.
– Vem, Nina, vem logo!
Desapontada, ela olhou pra mim e se lamentou:
– Puxa, minha mão não vale nem 1 real!?

(Nina, 5 anos)

Palavrinha mágica

– Nina, desce de cima do sofá, por favor!
– Você quis dizer “Majestade”, né mamãe?

(Nina, 5 anos)