Como chama?

Fui buscar a Luísa na escolinha e, querendo saber se ela já sabia o
nome da professora, perguntei:

– Lu, como chama a tia da escola?

E ela, mais que depressa, colocando as mãozinhas em volta da boca, grita:

– Tiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa…..

(Luísa, 2 anos)

Enviado pela Fernanda Piovezani

Cenas domésticas: nunca é cedo para ensinar

Era cedo. Estávamos na cozinha e como todos os dias, eu preparava um copo de Nescau para a Nina. “Leitinho, papai, leitinho” é a fala matinal que me desperta, junto com a música do Louis Armstrong que toca no relógio.

Hoje ela foi atrás de mim. Enquanto eu ajeitava o lanchinho da escola, ela virava o copo de leite numa golada só. Depois, não satisfeita, pediu:

– Pai, eu quero também aquele outro. O amarelo.
– Que amarelo, filha?
– Aquele, pai. Abre o armário.

Bom, eram seis da manhã, eu estava com sono e você precisa me desculpar pela falta de paciência com minha pequena.

– Ah, filha, isso não é hora de olhar o armário. Não é hora de doce. E você já comeu.
– Nããão, pai. Eu quero aquele amarelo. Eu esqueci o como chama…
– Nina, eu não sei o que você está querendo. Você já tomou seu leite, agora é hora de se arrumar e ir pra escola.
– Ah, pai… por favoooor! (ela agora está com essa mania de dizer “por favoooor” pra qualquer coisa que queira mesmo, como se fosse um apelo em última instância. Funciona).
– Tá. Eu vou abrir o armário.

Abri a porta e só via pacotes de biscoito, o açucareiro, Nescafé, sal, Ovomaltine, uma lata amarela de leite Ninho… Opa, amarelo!? Leite Ninho?

– Nina, é isso aqui que você quer? Um grudinho*?

Ela sorriu. Ficou um tempo sem dizer nada. Eu, com a cara amassada de sono ainda esperava retomar a rotina. E ela arremata:

– Viu como você aprende?

Realmente.

(*Grudinho é um troço que minha sogra inventou e a Nina adora. A receita é simples: duas colheronas de leite em pó e uns 10 ou 20 mililitros de água. Vira uma pasta grudenta e, segundo dizem, deliciosa – há paladar para tudo)

(Nina, 2 anos)

publicado
Categorizado como crônicas

Sorvete de quê?

Estávamos na casa de uma tia e a Nina abusava da condição de sobrinha-neta lá na cozinha. Quando entrei para ver o que estava aprontando, vi minha filha chupando cubinhos de gelo. Ela se deliciava.

– Humm, é geladinho! Humm, tem um gostinho de água!

(Nina, 2 anos)

Balanço do Natal

– Filha, você ganhou tudo o que pediu para o Papai Noel?
– Não… a gente não terminou a carta!

(Bruna, 4 anos)

Enviado pela Fabiana, via Twitter

Aqui nessa mesa de bar…

Estávamos numa festa de casamento, sentados à mesa, quando o garçom passa e oferece:

– O senhor aceita um uísque?
– Não, obrigado.

Quando ele sai, a Nina alerta indignada:

– Ei, eu quero um sanduísque!

(Nina, 2 anos)

Jogo da velha

Pai e filho no shopping:

– Pronto, Dudu, pode brincar com meu celular.
– Hmmm, tem jogo da velha!
– Tem sim. E esse você sabe.
– Acho que esse não dá pra jogar com a vovó.
– Mas porque?
– Jogo da velha, ué. Ela ganha…

(Eduardo, 8 anos)

Enviado pelo Anésio

Casual day

Sexta-feira, dia de ir menos formal para o trabalho (bem, rotineiramente já não vou, então o “nível de relaxo” estava mais evidente), acordei cedo e me aprontei para o trabalho. Depois, acordei a Nina e a vesti com o uniforme da escola. Quando, depois de meia-hora, ela se deu conta de que já estava acordada, ela me olhou, me mediu e perguntou:

– Você vai trabalhar?
– Ahãn.
– Vai nada.
– Vou sim, filha. Porque você tá falando isso?
– Então vai colocar roupa de trabalho! Essa nem tem botão!

Ah, se minha chefe resolve pensar igual…

(Nina, 2 anos)

Prioridades

Como todo pai que se preze, sempre esperei que a primeira palavra de meu filho recém nascido fosse o bom e velho “papa” (bem, eu até aceitaria um mísero “pa”). Mas, em casa, depois de incentivar meu filho por muito tempo, a primeira palavra que ele falou na vida foi:

– Coca!

(Mateus)

Enviado por Silas de Oliveira