O nome do bebê

A tia grávida, sentada no sofá e a Luiza ao lado observando a barriga. A tia pergunta:

– Lú, como você acha que deve chamar o nenezinho da tia?
– Júnior.
– Ahh, que linda, por causa do tio Dal, né?
Ela fica quieta.
– E se for menina, Lú, como deve chamar?
– Sandy.
(Luiza, 5 anos)

Mestre-cuca

No parquinho, ela brincava na casinha de plástico. Abre daqui, fecha dali e, de repente, uma revoada de crianças barulhentas (acho que isso é redundância, não sei não) passa correndo pelo lugar. Ela observa pela janela da barraca, atenta, séria, entretida aos movimentos da molecada. E quando a turma ameaça correr em direção à saída, ela pára na porta e grita:

– Ei, venham papá, quianças!

(Nina, 2 anos)

Co-piloto

Já era tarde. Quase dez. Hora de criança estar na cama, já diriam várias pessoas. Mas nós ainda estávamos na rua, no carro, a família toda voltando do shopping. Adultos na frente, em silêncio, acreditando no sobrenatural poder sonífero que os automóveis exercem sobre as crianças e desejando que a nossa já estivesse dormindo para ainda tentar ver um filme qualquer no DVD (é incrível como nosso critério de filme bom muda depois da paternidade – até o Van Damme vira um clássico, raridade mesmo).

Finalmente, já na garagem do prédio, duas ou três curvas feitas suavemente e estacionamos o carro. Música desligada, freio de mão puxado, cintos soltos correndo de volta para o buraco-negro dos cintos de segurança e lá de trás uma voz desponta no silêncio:

– Ahh, cheguei!

(Nina, 2 anos)

Sesta

Depois do almoço, a Nina estava descaradamente com sono.

– Papai, quero o DVD da Lola…
– A Lola e o Charlie foram dormir um pouco, filha.
– Quero o Barney.
– O Barney também está cochilando.
– Ahnf! – contrariada, esfregando os olhos.
– Nina, você sabe o que tooodas as criancinhas fazem, quietinhas, deitadas, logo depois do almoço?
– Arrãm.
– Ah, sabe? O que elas fazem?

Ela pensou um pouco.

– Bagunça!
(Nina, 2 anos)

Dando a luz (inaugurando um blog)

Olá,
Estamos abrindo as portas de um novo blog. Faz tempo que ensaiamos isso, mas só hoje tomamos vergonha na cara para começar isso aqui de verdade. É claro, tivemos que aproveitar o fato de a Nina ter ido dormir um pouco mais cedo.
A ideia é postar frases e cenas de crianças, coisas engraçadas e os diálogos impagáveis de nossos pequenos.
Esperamos que gostem, que voltem e que, principalmente, colaborem. Esse é um espaço aberto. Se você tiver frases também (filhos, sobrinhos, afiliados, netos, vale tudo), envie para cá. O email para contato é frasesdecriancas@gmail.com.
Abraços e sejam sempre bem-vindos!
Manú e Luiz Henrique (pais da Nina)