– Mamãe, eu vou ser desenhista quando crescer. E você, mamãe, vai ser o quê?
(Manú, 4 anos)
As pérolas das nossas pérolas
– Mamãe, eu vou ser desenhista quando crescer. E você, mamãe, vai ser o quê?
(Manú, 4 anos)
– Vou te comprar um chinelo, Duda.
– Eba.
– Quanto você calça?
– Eu calço dois.
– Dois é muito pequeno.
– É nada. Eu calço um em cada pé.
(Duda, 6 anos)
Bia me pergunta se eu sei como é a idade dos gatos, já que a dos cachorros ela sabe que é 7 anos para cada ano do ser-humano. Eu digo que não sei, que apenas sei que os primeiros seis meses são a infância, dos seis meses à um ano é a adolescência e de um ano em diante é a idade adulta. Ela, então, na lata diz:
– Meu Deus, se ele tem 4 meses, então meu filho é um pré-adolescente. A pior fase!
(Bia, 9 anos)
Rafaella foi à missa com sua vó. A avó decidiu tomar a hóstia e foi para a fila. Rafaella foi junto pois estava muito curiosa sobre o que estava acontecendo. Após ver a avó receber a hóstia ela perguntou:
– Vó, o que é isso que está comendo?
– É o corpo de Cristo.
A Rafaella fiou brava e disse:
– Vó, você é vegetariana. Não pode!
(Rafaella, 7 anos)
Minha irmã contou que tinha feito purê de batata para o almoço e meu sobrinho respondeu:
– Mamãe, purê de batata é igual oração, né?
– Igual oração, Arthur? Por quê?
– Olha, mamãe: – Papai do céu, muito obrigado “purêsse” papá, amém.
(Arthur, 3 anos)
Estava assistindo ao desenrolar da crise política na TV e a Nina, sentada ao meu lado, lia alguma coisa. No final da reportagem, ela baixou o livro e me perguntou:
– Pai, me explica o que aconteceu?
Tentei resumir a coisa toda. Falei sobre corrupção, sobre o sistema político no país e como algumas pessoas desviavam dinheiro de empresas públicas e agora estavam sendo descobertas e investigadas. Concluí tentando mostrar que quem sofria com isso tudo era o povo, que o dinheiro roubado, no fim, deixava de ser investido em hospitais, escolas e benefícios para as pessoas que mais precisam:
– No fim, filha, a maioria só está preocupada em tirar vantagem para si. Eles não pensam no povo. Eles roubam muito. E para piorar, ficam ricos, muito ricos, desviando o nosso dinheiro e tirando dos mais pobres.
Ela refletiu um segundo…
– Entendi. Mas então eu acho que vou ser política, pai.
– Por que, Nina?! Você não entendeu o que eles fazem?
– Entendi. Mas alguém tem que chegar lá para arrumar essa bagunça.
(Nina, 10 anos)
Virou para a vó recém operada de câncer de pele no nariz:
– Vovó, o que aconteceu com o seu nariz?
– A vovó tirou um pedacinho.
– Vovó, você andou mentindo?
(Lavínia, 4 anos)
– Analu, não quero falar para você ficar quieta novamente.
– É só não falar.
(Analu, 5 anos)
Cheguei em casa depois do trabalho e meu irmão falou:
– Bú! Bú! A mãe vai ser repórter!
– Como assim? Repórter por quê?
– É porque ela foi fazer entrevista de emprego.
(Matheus, 9 anos)
A avó chegou em casa cansada, cheia de coisas para fazer e falou consigo mesma:
– Meu Deus, nem sei onde estou.
A Laura de longe, ouvindo tudo, chegou perto e disse olhando nos olhos dela:
– Tá difícil! Você está em casa! Esta aqui é a sua casa!
(Laura, 5 anos)