De onde viemos

Estávamos assistindo a um programa do Discovery Channel e minha filha Yasmin nos acompanhava. O assunto era fecundação e ela ficou muito interessada em todos aqueles passos intrauterinos até a fecundação, crescimento do óvulo e nascimento. No dia seguinte, entramos numa van e uma senhora a elogiou:
– De onde foi que veio esta menina tão linda?
Mais do que rápido, Yasmin respondeu:
– De uma minhoquinha chamada “espermozóide” que entrou num ovinho pequenininho e deu eu.

(Yasmin, 3 anos)

Praticamente

– Como foi a festinha, Guga?
– Ah mãe, foi boa. Mas coitado do Pedro.
– Por quê?
– Porque ele tem aquela doença que não pode comer doce… a “diabólica”.

(Gustavo, 4 anos)

Manso

Estávamos indo pra Jacarepaguá, na casa do meu irmão. Eu dirigindo e as crianças atrás na maior bagunça. No meio da agitação a Julia pergunta:
– Onde estamos indo, mãe?
– Na casa do seu tio. Em Jacarepaguá.
O Pedro parou tudo e perguntou:
– Onde?
– Jacarepaguá.
Pedro parou de pular e ficou sentado, calado.
– Onde mesmo, mãe?
– Jacarepaguá!
Mais cinco minutos e Pedro, num fio de voz:
– Mãe, Jacarepaguá morde?

(Julia, 6 anos e Pedro, 4 anos)

A vida é uma caixinha de surpresas

Visitando a casa de amigos da família, Lúcio pediu para ir ao banheiro. A mãe o acompanhou e esperou. Depois de alguns segundos sentado no vaso sanitário e nada acontecido, ele falou:
– Sabe mãe, a vida prega peças na vida da gente. Eu pensei que fosse cocô, mas era só pum.

(Lúcio, 6 anos)

Sua Majestade

Cena matinal. O Enzo me entregou o desenho de um castelo com uma pessoa no alto empunhando uma espada:
– Mãe, fiz pra você.
– Que lindo! Amei.
– É um castelo, a ponte e o laguinho.
– Parabéns! Já sei: esse é você, o rei desse castelo.
– Não, mãe! Esse castelo não é meu, é dele. É o ‘Faber Castelo’. Foi ele quem fez esses lápis.

(Enzo, 5 anos)

Gula

João brincando de lanchonete:
– Mãe, o que você vai querer?
– Um cachorro-quente, por favor.
– E você, pai?
– Um x-tudo.
– Tudo não, tem que deixar para os outros também.

(João, 4 anos)

Boicote

Lauren termina de jantar e imediatamente me pede um biscoito.
– Lauren, dê um tempo para o seu cérebro assimilar a comida. Em 5 minutos te dou um biscoito.
– Ahhh, eu odeio meu cérebro!

 (Lauren, 5 anos)

Boa idéia

– Mãe, tem uma menina na minha sala que só me irrita, corta minha conversa e briga comigo. Tô vendo que vou ter que virar amiga dela para ela parar de fazer isso comigo.

(Maria Eduarda, 7 anos)

Verba

– Vou dar R$10,00 pra cada um. Mas como só tenho uma nota de R$20,00, vou dar para o seu pai e depois ele divide entre vocês.
– Vó, não dê para o meu pai. Ele desvia todo meu dinheiro.

(Pedro, 6 anos)

“Poliglota”

Um aluno disse para o outro:
– Você sabe o que é “bonjour”?
– Não.
-“Bonjour” é “bom dia”, no inglês da França.

(Adriano e Alexandre, 8 anos)