CONTRA OLFATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

A mãe da Beatriz e eu temos uma amizade de longa data, então ela e o irmão cresceram me chamando de tia. Certo dia, ela estava em casa e enquanto nos arrumávamos para sair, ela viu meu perfume e pediu para usar:
– Tia, posso usar seu perfume?
– Claro, Bia, vou passar um pouco em você – e borrifei no pescoço dela – agora sinta o cheiro.
Ela parou por um momento e ficou me olhando, então perguntei:
– Tem cheiro de quê?
Fez uma pausa e respondeu:
– Tem cheiro de família.

(Beatriz, 3 anos)