– Iwá! Tá pensando que tudo é brincadeira?
– Claro que é tudo brincadeira, papai. Você queria que fosse trabalho?
(Iwá, 3 anos)
– A professora passou um trabalho! Vou ter que denunciar ela.
– Mas, por quê?
– Porque trabalho infantil é crime.
(Jhony, 9 anos)
Para Luísa, meu trabalho se resume a sentar na frente do computador. Certo dia, antes de dormir, ela me contava histórias que aprendeu na escola sobre mulheres que faziam trabalhos incríveis.
– Que maravilha, filha. Quando crescer, você vai ser uma mulher incrível também!
– Não, mamãe. Não quero ser nada. Igual a você.
E completou:
– Sabia que a mamãe de Alice é médica? E a mamãe de Bia é professora?
(Luísa, 4 anos)
Minha neta foi conhecer a repartição onde a mãe trabalha.
– É legal lá? – perguntei.
– Não.
– Por quê?
– É só pra trabalhar.
(Manuela, 3 anos)
– O que você faz sendo psicóloga?
– Eu atendo as pessoas.
– Sim. Mas faz o que mesmo?
– Quando a pessoa está com algum problema, alguma dificuldade, eu atendo.
– E aí você faz o que com essa pessoa?
– Eu escuto!
Com muita cara de desdém, questionou:
– E você ganha dinheiro para isso?
(Lis, 5 anos)
Catarina chorava porque não queria ir à escola e Martim tentava consolar a irmã com abraços, beijinhos e… sincericídio:
– Fica calma, respira. Você vai se acostumar. A gente vai pra escola até ficar adulto. E depois, vai pro trabalho.
– Buaaa!
(Martim, 6 anos e Catarina, 4)
Passei o dia arrumando o quarto da minha filha. Saí para lavar a louça e ela ficou brincando. Em menos de dez minutos retornei e estava tudo uma bagunça.
– Filha, por que você fez isso? Deu muito trabalho para organizar tudo.
Ela, fazendo carinho em meu rosto, sorriu e respondeu:
– Porque esse é o meu trabalho.
(Maria Luiza, 2 anos)
– Meri, você sabe nadar?
– Não, mas eu sei aprender.
(Meri, 2 anos)