Eu e minha sobrinha brincávamos de mamãe e filhinha. Ela, a mamãe, se propôs a fazer um mingau:
– A mamãe vai fazer um mingau para você.
– Mingau de quê?
– De aveia.
E, baixando o tom de voz, falou:
– Mas aveia de mentirinha, tá?
Baixando o tom, do mesmo modo, perguntei:
– Por quê?
– Ué, porque aveia de verdade a gente não come.
– Ué, por que não?
E ela, mostrando o pulso:
– “Aveia” de verdade não é de comer, tem sangue.
(Vallentina, 4 anos)